"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 20 de março de 2011

2ª SÉRIE - TEXTO 2 - 1ª Unidade

EXPRESSÃO PLÁSTICA

A expressão plástica se caracteriza pela criação de obras que impressionam diretamente a nossa visão.
Todos nós somos sensíveis às cores, à luz e às formas que nos rodeiam, umas naturais e outras criadas pelo homem.
Através da observação do mundo real podemos identificar diferentes elementos que definem uma forma. Saber identificá-los desenvolve a nossa compreensão das coisas.
Tudo o que é visível tem uma forma, ocupa um espaço, uma superfície; tem um tamanho, volume, cor, textura ou até uma estrutura. Além disso, qualquer forma pode ser influenciada pela presença ou ausência de luz, já que sem luz não a poderíamos identificar visualmente.
É na relação que todos estes elementos estabelecem entre si que a nossa sensibilidade estética configura e dá existência a todos as formas e objetos que percebemos.
Elementos básicos da expressão plástica: a forma, o ponto, a linha e a cor.
1.    Ponto: É um elemento do espaço que indica uma posição.
1.1   Ponto gráfico: é um elemento plástico que serve para caracterizar volume. Isolado, produz sensação de unidade: porém, junto com outros pontos do mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes, produz sensação de vibração. O ponto gráfico pode ter formas, dimensões, posições e cores diversas.
1.2   Ponto geométrico: é um ente geográfico (não possui dimensões: comprimento, Largura e altura).
2.    Linha: Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento: a linha.
A linha define os planos, as formas, estabelece as direções, constrói o espaço.
É o elemento plástico mais utilizado pelo artista. É o elemento de expressão mais significativo, numa composição.
Desde os tempos pré-históricos que o homem tem observado a linha e se serviu dela para transmitir
as suas mensagens.
As pinturas rupestres, as figuras gravadas na rocha, os gravados em utensílios de cerâmica, comprovam
a sua aplicação desde há muitos, muitos anos atrás.
3.    Forma: é a aparência das coisas.
Para onde quer que olhamos podemos identificar variadíssimas formas.
As formas que nos rodeiam podem ser subdivididas nas seguintes categorias:
3.1 Formas naturais: São aquelas formas que podemos encontrar na natureza e que ainda não sofreram qualquer intervenção do homem. Ex.: as árvores, os animais, as montanhas, etc. Os pintores que trabalham com estas formas são chamados de figu rativistas ou naturalistas.
3.2  Formas artificiais - São aquelas que resultam da ação do homem, ou seja, são formas criadas pelo ser humano.
3.3 Formas abstratas: São aquelas criadas pela imaginação humana. Estas formas não existem na natureza. Os pintores que trabalham com estas formas são chamados abstracionistas ou não-figurativistas.
3.4 . Formas regulares: são aquelas constituídas apenas por linhas curvas e por linhas retas. São formas simples.
3.5   Formas irregulares: são aquelas constituídas por linhas curvas e retas, ao mesmo tempo.
3.6   Formas artísticas: São formas que representam uma manifestação de arte.
3.7   Formas funcionais: São formas criadas com uma função específica.
3.8 Formas bidimensionais: são aquelas que possuem apenas 2 dimensões: largura e comprimento. Podemos criar impressões ópticas de tridimensionalidade, criando volume no desenho bidimensional através do claro-escuro, das sombras e luzes ou pelos efeitos de perspectiva.
3.9  Formas tridimensionais: são aquelas que possuem três dimensões: largura, comprimento e altura. Estas possuem volume e por isso ocupam lugar no espaço. São chamadas formas sólidas.

4. A cor exerce ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. A cor é sentida: provoca emoção. A cor é construtiva, pois tendo um significado próprio, possui valor de símbolo, podendo assim, construir uma linguagem que comunique uma idéia, que pode ser de leveza, alegria, sobriedade, etc.
4.1 COR: É a sensação provocada pela ação da luz sobre os órgãos da visão. Pode ser percebida de duas formas: cor-luz e cor-pigmento:
4.1.1     Cor-luz: Aquela que pode ser observada através dos raios luminosos: Ex.: arco-íris.
4.1.2     Cor-pigmento: Aquela percebida através das substâncias materiais corantes na presença da luz. Ex.: folha verde

4.2     Classificação das cores
4.2.1     Cores primárias: Também chamadas de cores puras. Não se formam pela mistura de outras cores. São elas: azul, vermelho e amarelo.
4.2.2     Cores secundárias: São cores resultantes da mistura de duas cores primárias. São elas: laranja, verde e violeta.
4.2.3     Cores terciárias: Resultam da mistura de uma cor primária com uma cor secundária. São elas: amarelo-alaranjado, vermelho-alaranjado, vermelho-arroxeado, azul-arroxeado, azul-esverdeado e amarelo-esverdeado
4.2.4     Cores análogas: São cores vizinhas no círculo das cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tem em comum a cor laranja.   
As cores análogas, ou da mesma "família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma composição em cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado de não a deixar monótona. 
4.2.5     Cores complementares: São cores diametralmente opostas no círculo cromático.
4.2.6     Cores frias: como o próprio nome indica, estão associadas à sensação de frio, e são essencialmente
todas as cores que derivam do Violeta, Azul e Verde. São consideradas cores calmantes. Aquelas em que predominam o azul e o verde.
Associam-se à água, ao frio, ao gelo, ao mar, ao céu, às árvores, entre outras.
4.2.7     Cores quentes: As cores quentes estão associadas a sensações completamente opostas àquelas que as cores frias transmitem.
Assim, as cores quentes associam-se às sensações de calor, adrenalina. São consideradas cores excitantes. As cores quentes são todas aquelas que, no circulo das cores primárias derivam das seguintes cores: Amarelo, Laranja e Vermelho.
Estas cores associam-se ao sol, ao fogo, a vulcões em erupção, entre outras.
4.2.8     Cores neutras: Caracteriza-se pela não-predominância de tonalidades quentes e ou frias. São consideradas neutras: cinzas, cinzas com ligeira coloração quente ou fria, bege, marrons e ainda o preto e o branco.

4.2.9     Preto e branco: As outras cores permitem uma diluição no sentido do claro ou do escuro, e aproxima-se das cores vizinhas no espectro. Só o preto e o branco insistem em sua pureza; ao se acrescentar a mínima quantidade de outra cor a uma delas, esta perde imediatamente a sua identidade. O branco transforma-se em rosa, cinzento, amarelo, etc., o preto torna-se azul, violetas, castanho ou verde. Não existe branco escuro ou preto claro.
O branco e preto são dois extremos tonais. Nada pode ser mais claro do que o branco, ou mais escuro do que o preto.
A suavidade ou intensidade de uma cor pode alterar-se, misturando-lhe cores neutras (branco ou preto).
Se lhe adicionarmos branco, a cor fica mais clara; se lhe juntarmos preto, a cor torna-se mais escura. Obtemos assim tons (claros ou escuros) de uma cor. 

4.3     Harmonia: é a relação que existe entre as cores usadas em uma pintura ou composição.
4.3.1     Monocromia: harmonia obtida com diferentes matizes de uma só cor. Quando usamos uma única cor em uma composição, mas com várias tonalidades, dizemos tratar-se de uma monocromia. Por exemplo: usamos o preto e o branco para dar a variedade de tons, mais escuros ou mais claros.
4.3.2      Isocromia: harmonia obtida usando-se cores diferentes, mas que implicam uma na outra. Por exemplo: uma pintura que tem o vermelho como cor predominante, com suas diferentes nuanças (o laranja e o amarelo).
4.3.3     Policromia: é o emprego de muitas cores num mesmo trabalho, formando um todo agradável (harmônico).
"Cromar" significa colorir. Quando usamos várias cores (mais do que três) em uma composição, dizemos tratar-se de uma policromia.
4.4     Contraste: é a harmonia obtida com a oposição de cores complementares. As cores se valorizam mutuamente, por possuírem extensão e força, como se fossem as três cores primárias em seu estado puro. As cores primárias e as complementares lutam entre si, porque entre elas não existe nenhuma afinidade. Ex.: Vermelho e verde;amarelo e violeta e azul e laranja
4.5     Tom: Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e essas gradações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras acrescenta-se branco. 
4.5.1     O "calor" das cores: A temperatura das cores, designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. Quando se divide um disco cromático ao meio com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, percebe-se que os vermelhos e laranjas do lado esquerdo, são cores quentes, vibrantes. Pôr outro lado, os azuis e verdes do lados direito são cores frias, que transmitem sensações de tranqüilidade.

BRUNA, R. Cantele. Arte, etc e tal... Vol. 3. IBEP. São Paulo.
DONDIS. Donis A. Sintaxe da Linguagem visual. 3ª Ed. Martins Fontes. São Paulo. 2007.

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