"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 31 de julho de 2011

1ª SÉRIE - 3ª UNIDADE - TEXTO 3

Tipos de Dança (baseado no texto de Antonio José Faro)

Como todas as artes, a dança é fruto da necessidade de expressão do homem. Essa necessidade liga-se ao que há de básico na natureza humana. Assim, se a arquitetura veio da necessidade de morar, a dança, provavelmente, veio da necessidade de aplacar os deuses ou de exprimir a alegria por algo de bom concebido pelo destino.
Em nossos dias, podemos dividir a dança em três formas distintas: as religiosas (ou étnica), as populares (ou folclóricas) e as teatrais.
Danças Religiosas: Parece não haver dúvidas de que as danças populares ou folclóricas nasceram, em princípio, de danças religiosas que pouco a pouco foram sendo liberadas pelos sacerdotes de um culto para que as celebrações (de casamentos, batizados, de uma boa colheita) passassem a ser realizadas em praças públicas e não mais dentro dos templos. Essa liberação, cuja data dificilmente se poderá saber (pois que sobre ela não há registro), significa um progresso na história da dança. Ao passarem do domínio dos sacerdotes para o domínio do povo, as manifestações religiosas transformaram-se em manifestações populares. Assim, com o passar dos anos, a ligação com os deuses foi ficando cada vez mais longínqua, e danças que nasceram religiosas foram gradualmente se transformando em folclóricas.
Pelo que foi dito podemos citar algumas características da dança como manifestação religiosa: 1) acontecia em locais especiais, como os templos; 2) era privilégio dos sacerdotes; 3) realizavam-se dentro de cerimônias específicas, devendo haver razões para a forma e as datas em que cada dança tinha lugar.
Devemos lembrar que os deuses eram invocados e seu auxílio solicitado por razões das mais diversas, fosse pedindo ou agradecendo. Por isso os deuses eram lembrados por ocasião de nascimentos, casamentos, mortes, guerras e colheitas, ou seja, em todas as ocasiões em que os homens sentiam necessidade de apoio da divindade de sua adoração.
Está claro que as danças pouco a pouco adquiriram uma coreografia própria, ou seja, passos e gestos específicos a cada uma, com significado próprio e que deveriam ser respeitados no contexto de cada uma das cerimônias. Sabemos, por exemplo, que os soldados romanos executavam, antes de cada batalha, danças guerreiras, nas quais pediam o apoio de Marte, deus da guerra, para a luta que iriam iniciar. Se a princípio a dança era executada por sacerdotes e um número pequeno de iniciados, aos poucos ela foi abrangendo outros grupos, até ser dançada por boa parte dos soldados. Com o passar do tempo o seu significado religioso foi sendo esquecido dando lugar a manifestações de cunho popular ou folclórico. As danças guerreiras de diversas regiões da Ásia e da Europa Oriental se inserem nesse contexto. É importante notar que, durante vários séculos, a dança era privilégio do sexo masculino, e só muito mais tarde as mulheres passaram a participar ativamente das danças.
Sem sairmos do nosso próprio país, aqui encontramos, entre os nossos indígenas e no candomblé, suficientes provas da ligação entre a dança e o ato religioso. Encontramos também outras provas dessa tese em cultos africanos e asiáticos que permanecem vivos no nosso tempo. Esses exemplos nos mostram que, nos ritos religiosos antes do domínio da Igreja Católica, a danças integrava quase que totalmente a noção de religião.
No caso das religiões indígenas e, especialmente do candomblé, ocorreu um sincretismo que permitiu que essas religiões sobrevivessem à guerra que lhes foi movida pela Igreja Católica. Os negros identificaram seus orixás com os santos católicos e passaram a executar seus ritos em lugares distantes e horas tardias, procurando evitar a fiscalização da polícia. E tanto conseguiram que essas religiões e seus derivativos, especialmente a umbanda, a quimbanda e o omolocô, são seguidos hoje em dia por dezenas de milhões de brasileiros, muitos dos quais, ao acenderem uma vela para Santa Bárbara de São Jorge, o fazem não só aos próprios santos mas também a Yansã e a Ogun.
imgres.jpg
Segundo as estatísticas, temos hoje uma população indígena de cerca de 10% da que existia em 1500. Dessa, uma parcela perdeu boa parte de suas raízes e de sua civilização, mas pelo que restou podemos ter ainda uma noção bastante nítida da ligação entre dança e religião.





imgres.jpg

Um canal de TV do Rio de Janeiro levou ao ar há um tempo, um especial sobre a vida das tribos do Xingu ( Amazônia). Quem assistiu à série pôde verificar que em todas as cerimônias mostradas, desde a iniciação dos meninos na vida adulta até os enterros e casamentos, duas presenças eram constantes: a dança e o pagé.


Danças Populares: A nossa dança popular (também conhecida como dança folclórica) é, ao mesmo tempo, imensamente rica e pouco executada. Os livros especializados na matéria indicam-nos centenas de danças, muitas das quais sobrevivem apenas em pequenas cidades e morrem um pouco a cada ano que passa com a falta de renovação de seus intérpretes e o pouco interesse das autoridades competentes. Assim, um rico acervo cultural de nosso país vai se diluindo no tempo e deixará de existir caso não haja uma ação firme por parte das autoridades culturais.
De acordo com os especialistas, o folclore brasileiro se divide em dois grupos principais: o urbano, ou aquele que é parte integrante da vida da população das cidades e que domina principalmente o Norte e Nordeste do Brasil; e o rural, que ocupa a maior parte do Sul e Centro-Oeste, mas que se desenvolve principalmente nas aldeias e vilarejos, fora dos grandes centros urbanos.
É interessante notar que o folclore rural subsiste exatamente nas regiões onde se encontram nossas maiores e mais populosas cidades e a vida tem um maior grau de sofisticação. Esse folclore parece manter-se exatamente em virtude do seu afastamento das grandes metrópoles. As pequenas cidades sofrem bem menos o impacto da civilização e continuam a procurar o seu lazer dentro das manifestações folclóricas, tal como faziam os seus antigos habitantes. Na verdade, essas danças permanecem mais puras quando são interpretadas nos locais mais distantes dos centros civilizados.
Essa divisão geral sofre uma subdivisão, de acordo com os meios de subsistência de cada uma dessas áreas. Assim, as danças locais sofrem, em seu contexto, o impacto do ambiente em que se desenvolvem. Essa conexão aprece não só na coreografia em si, mas principalmente nos temas e nos nomes dos personagens.  Essas áreas são: 1) Marítima (pesca); 2) Agricultura; 3) Mineração; 4) Pastoreio; e 5) Região Amazônica.



Chegança+folclore.jpg

Chegança ou marujada (dança do folclore marítimo)
As festas das áreas marítimas estão geralmente ligadas aos santos protetores dos marinheiros, que lhes proporcionam boa pesca ou os protegem dos perigos do mar. Os cantos e danças dessas festas normalmente contam a história de algum milagre ligado ao santo que é celebrado. Aqui se percebe a influência clara de danças portuguesas e espanholas, não apenas nas figuras formadas pelos dançarinos, mas também nos ritmos, nos instrumentos e nos objetos usados durante as encenações. Essas danças só são executadas em dias determinados e, na maioria das vezes, nas praças e jardins, diante das igrejas. Pena que algumas dessas danças estão desaparecendo rapidamente. Diversas delas sobrevivem em pequenas comunidades e seus intérpretes são a geração mais velha; talvez a tradição desapareça com eles. Parece haver um vazio na renovação dos intérpretes – a juventude mostra-se atualmente mais desinteressada em continuar as tradições.
Felizmente isso não acontece em todos os lugares. Exatamente o contrário parece estar acontecendo no Nordeste, onde a renovação dos intérpretes parece acontecer sem problemas. Na verdade, com o auxílio de especialistas, algumas dessas danças estão ganhando uma nova força e voltando com renovado impacto ao mundo da nossa cultura popular (nosso folclore). Em certos estados, como Paraná, Maranhão, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, diversas sociedades foram formadas com o objetivo de preservar e divulgar a cultura popular (folclore). Mas não há dúvida de que algumas danças apresentadas em vilarejos distantes correm o risco de desaparecer.
Na lista de nossas danças populares, existem diversos “bailados” de natureza secular e de origem africana. É possível que, em alguma época, tenham sido danças religiosas antes de serem transportadas para o Brasil. Dentro dessa categoria estão a Congada, o Maracatu, a Dança dos Pássaros, o Reisado, o Moçambique, os Caboclinhos, o Quilombo, dentre muitas outras. O escritor e folclorista Mario de Andrade deu-lhes o nome de “Danças Dramáticas”, pois sempre contam uma história com significado dramático.





imgres.jpg

Maracatú

Se diversas dessas danças, como já dissemos, tiveram sua chance de sobrevivência aumentada com a fundação de sociedades específicas, muitas delas, como o Maracatu, transformaram-se em atrações turísticas. Isso significa que sua natureza foi alterada para fazer face às necessidades de coreografia geralmente imposta pelo turismo. Seria necessário que essas sociedades atentassem para o problema e impedissem que sua natureza folclórica fosse se transformando a ponto de chegar ao que chegou o Carnaval, ou seja, manifestação folclórica cujas origens se perderam completamente no tempo e no espaço, para se transformar apenas em atração turística, ou seja, um grande jogo de interesses e grande empreendimento industrial.
Ao dividirmos a dança basicamente em três tipos (religiosas, populares (folclóricas) e teatrais), deixamos propositalmente de fora um quarto tipo, que serve de ligação entre o segundo e o terceiro: a dança de salão.

Imaginem que a evolução da dança seguiu o seguinte trajeto: o templo, a aldeia, a igreja, a praça, o salão e o palco. O salão inclui todas as danças que passaram a fazer parte da vida da nobreza européia da Idade Média em diante. Podemos situar o aparecimento dessas danças na época em que a religião católica diminuía sua força em proibir tudo aquilo que cheirasse a pecado ou a ligação c o paganismo. Os especialistas em danças medievais são praticamente unânimes em dizer que as danças de salão descendem diretamente das danças populares. Ao serem transferidas do chão de terra das aldeias para o chão de pedra dos castelos, essas danças foram modificadas. Abandonou-se o que havia nelas de “menos nobre” transformando-as de acordo com o gosto das classes que se julgavam superiores.

Tendo se transformado em diversão das classes mais ricas, a dança foi se sofisticando e adquirindo movimentos cada vez mais complexos. A descrição das danças daquele tempo mostra-nos que elas obedecem a uma verdadeira coreografia, a qual, sem dúvida, foi se formando e enriquecendo através dos séculos. Vale-se ressaltar que nos séculos XVI e XVII, quando as cortes européias seguiam rígidas etiquetas, esses verdadeiros códigos de comportamento diziam até como se deveria dançar, quem poderia dançar com quem, etc. Foi nessa época que uma manifestação que nascera livre e espontânea se transformou numa “camisa de força”.

Dança de Salão: As primeiras danças sociais, como eram chamadas as danças em casais, surgiram no séc. XIV. Eram a base dance (1350-1550) e o pavane (1450-1650), dançadas exclusivamente por nobres e aristocratas. Nos sécs. XIV a XVII a Inglaterra foi berço da contradanse, também só dançada pela Corte. A popularização das danças sociais deu-se em 1820 através do Minuet e da Quadrille. Já no início do séc. XIX ocorreram rápidas transformações no estilo de dançar. O minueto e a quadrille desapareceram e a Valsa começou a ser introduzida nos sofisticados salões de baile. Logo, a polka e, no início do nosso século, o two-step, one-step, fox-trot e tango, também invadem os salões. A dança social passa então a ser chamada de Dança de Salão (Ballroom Dancing). Profissionais ingleses percorreram vários países para encontrar a síntese de cada ritmo, codificando a forma de dançá-los e a maneira ideal de ensiná-los. Foram os ingleses que criaram as primeiras competições, hoje populares mundialmente, com grandes presenças de duplas americanas, canadenses, alemãs, francesas, escandinavas e japonesas. 



imgres.jpg

Samba de Gafieira
No Brasil a dança de salão foi introduzida em 1914, quando a suíça Louise Poças Leitão, fugindo da I Guerra Mundial, aportou em São Paulo. Ensinando valsa, mazurca e outros ritmos tradicionais para a sociedade paulista, Madame Poças Leitão não imaginava que iria criar uma tradição tão forte, seguida por discípulos que continuariam a divulgar a dança de salão.No Rio de Janeiro a dança de salão cresceu nas mãos de Maria Antonietta, que, com várias correntes de professores, fazem o nosso bolero, samba no pé e samba de gafieira famosos no mundo todo.
Danças Teatrais: As danças teatrais, tal como a conhecemos, iniciou sua trajetória quando Luís XIV fundou, em 1661, a Academia Nacional de Dança. Essa Academia tem funcionado ininterruptamente até nossos dias, uma vez que se transformou naquilo que hoje são a Escola e o Ballet da Ópera de Paris. Assim, através de uma linha ininterrupta de bailarinos e professores, temos naquele país o desenvolvimento dessa arte desde o século XVII.
Mas, antes disso, muitas coisas aconteceram: a semente daquilo que se converteria em Ballet foi levado à França por Catarina de Médicis, que queria manter os filhos entretidos enquanto ela se preocupava em governar. A rainha então importou da Itália artistas e cortesãos especializados na preparação de luxuosos espetáculos, e lhes encomendou inúmeras diversões que deveriam manter a corte distraída durante boa parte do tempo. O espetáculo era uma combinação de dança, canto e textos falados, e seu objetivo era claramente social e político: um passatempo elegante para o Rei e sua corte. Também proporcionava ocasiões para o esbanjamento de fortunas e, principalmente, possibilitava a indecente adulação que a corte fazia ao rei. Os temas escolhidos eram geralmente mitológicos, e o rei sempre desempenhava o papel da divindade vencedora, adorada pela corte. Esse gênero de espetáculo serviu até como propaganda nacionalista francesa, pois através dele se mostrava aos embaixadores estrangeiros o poderio francês. Os maiores cérebros artísticos da época contribuíam para estes espetáculos. Cenários, roteiros, músicas e roupas luxuosas eram pagas com o dinheiro que, sem dúvida, vinha dos imensos impostos a que o povo estava sujeito.
Não há discussão quanto a qual teria sido o primeiro Ballet a merecer este título. Foi o Ballet Comique de la Reine, de Balthasar de Beaujoieux, italiano, apresentado em 15 de outubro de 1581. Fora encomendado por Catarina de Médicis por ocasião do casamento de sua irmã. Cerca de 10 mil pessoas assistiram ao espetáculo que durou ds 10 h da noite às 3.30 da madrugada e custou a bagatela de 3600 francos. O Ballet Comique de la Reine é considerado a primeira obra de Ballet porque Beaujoieux, que era músico e violinista, compôs uma verdadeira coreografia, mostrando extraordinário engenho nas figuras geométricas que constituíam os diversos quadros e na direção do espetáculo, dando-lhe um cunho verdadeiramente profissional.
imgres.jpg
Catarina de Médicis
Claro está que os nobres da corte não tinham nenhum treinamento e que os passos executados estavam dentro das possibilidades dos intérpretes. Mas é o conjunto de fatores que dá a essa obra o direito de ser apontado como a base da dança teatral, como a conhecemos hoje.
Cem anos depois, durante o reinado de Luís XIV, a dança ganhou ainda um maior incremento. O próprio rei adorava dançar e, segundo os cronistas da época, tinha talento para a coisa. No período entre 1651 e 1669, criou um extraordinário número de personagens desempenhando os mais variados papéis.  E Luís XIV gostava de se cercar da nata de sua corte e de artistas. Entre seus primeiros bailarinos estava Bassonpierre, que era Marechal de Campo do seu exército e passou a estimular preguiçosos cortesãos que chegaram a ser verdadeiros semi-profissionais pois dedicavam todo o seu tempo à Dança. Molière escrevia as histórias (libretos) e compositores famosos como Lully e Beauchamps, compunham as músicas para essas extravagâncias reais.
É interessante notar que, segundo um historiador importante, o Ballet, tal como o conhecemos hoje, nasceu quando a acrobacia dos ciganos e saltimbancos de feira se misturou com a graça artística dos cortesãos.




imgres.jpg
imgres.jpg




               
Ballet da Corte (França)

Luís XIV fundou, em 1661, a Academia de Musica e Dança. Oito anos depois, tendo engordado, o rei deixou de dançar e a corte imediatamente seguiu o seu exemplo. Mas as raízes da nova arte estavam devidamente plantadas, e o rei não abandonou o seu apoio à Academia que fundara e que se encarregava de preparar músicos e bailarinos para o prazer real. Da mesma forma com que o povo já freqüentava teatros para assistir as peças de Molière, logo foram sendo apresentados espetáculos que incluíam a danças como parte integrante de sua estrutura. Comédias-balés como Psique, de Molière, ou óperas-balés como Lês Indes Galantes, de Rameau, são exemplos de que a nova arte ganhava os palcos e um público maior do que tinha quando servia unicamente à diversão das cortes francesas.


Fontes:

BOURCIER, Paul. História da dança no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre
GOOGLE imagens - www.google.com.br 

sábado, 30 de julho de 2011

Unidade 3 - 1ᵃ e 2ª SÉRIES / VESPERTINO

APRESENTAÇÕES DAS DANÇAS NORDESTINAS – 1ª SÉRIE
E APRESENTAÇÕES DA PEÇA TEATRAL – 2ª SÉRIE

CALENDÁRIO DAS APRESENTAÇÕES
CONHECENDO AS DANÇAS POPULARES NORDESTINAS
Horário
2ª feira
3ª feira
4ª feira
5ª feira
6ª feira
1V13


1V09
1V04
---------

2V17
1V06
1V02
1V05

1V12
1V07
1V08
1V14

1V11
1V03
1V01
1V15


1V10
2V16









Amarelo: Prof. Marília (Sônia)
Verde: Prof. Dora
Azul: Prof.Sônia


Unidade 3 - 1ᵃ Série: Conhecendo as Danças Populares Nordestinas

                       ROTEIRO DA ATIVIDADE
ATENÇÃO: A APRESENTAÇÃO SERÁ NO AUDITÓRIO!!!!

§  O Trabalho será feito por toda a turma, mediante roteiro abaixo.

§  Apresentações: de 29/08 a 02/09, no dia e horário de aula, NA SALA.

§  O trabalho terá valor 4,0, sendo a avaliação feita pelo professor (de acordo com os critérios abaixo).

§  DANÇAS SORTEADAS PELO LÍDER: __________________ & ____________________

§  Tempo TOTAL de apresentação de cada turma: Máximo de 30 minutos incluindo organização, retirada de materiais e limpeza e arrumação TOTAL DO AUDITÓRIO.

Formação das equipes:
Grupos / Responsabilidades
Critérios de Avaliação 

Pontuação
Total
G1: AMBIENTAÇÃO VISUAL
Total sugerido: 13 PESSOAS
1)   Decoração do auditório;
2)   Organização e limpeza após a apresentação.
Ø  Criatividade na Ambientação do espaço;
Ø  Materiais utilizados (dar preferência a materiais relacionado às danças populares; brasileiras(fitas coloridas, objetos de palha, tecido de chita, objetos de couro, etc);
Ø  Coerência com o tema;
Ø  Pontualidade na colocação e retirada dos materiais (criar propostas práticas).


1,0
G2: DANÇA E MÚSICA
Total sugerido: 12 PESSOAS
Coreografia, figurino, adereços  e maquiagem.
Pesquisa de música ambiente / Sonoplastia / Gravação do CD / Acompanhamento dos ensaios
Ø  Adaptação das coreografias;
Ø  Fidelidade ao tema/pesquisa de movimentos;
Ø  Desempenho dos dançarinos;
Ø  Sincronismo  (bem ensaiado);
Ø  Figurino e maquiagem de acordo com a dança;
Ø  Qualidade das músicas e da gravação do CD;
Ø  Qualidade do som e organização dos alunos-músicos, se for música ao vivo;
Ø  Pontualidade nas colocações das músicas;
Ø  Coerência das músicas com as danças;
Ø  Criatividade e pesquisa na escolha das músicas.






       1,0
G3: Pesquisa e Documentação
TOTAL: 10 PESSOAS (depende do total de alunos da turma)
Ø  Fotografia e filmagem da apresentação para colocação no nosso Blog (IMAGENS COM BOA RESOLUÇÃO)
Ø  Texto sobre a dança pesquisada: história,  contexto, se ainda é dançada, onde, por quem, se passa por dificuldades, quais, se recebe incentivo do governo, etc)
Ø  Documentação do processo em forma de painel com texto e fotos dos participantes do trabalho nos ensaios, reuniões, compras de materiais, etc.


1,0


PONTO DO LÍDER (equipe de liderança – 5 pessoas responsáveis e comprometidas com o trabalho).
Ø  Organização das equipes e reuniões
Ø  Cumprimento dos prazos e acompanhamento das tarefas;
Ø  Organização dos participantes na apresentação (postura, tempo, disciplina e arrumação);
Ø  Supervisão do trabalho de todos os grupos articulando-os para que se sintam em um trabalho ÚNICO. Preencher a Ficha Geral de Avaliação da turma como suporte à avaliação do Professor (baseada nas fichas dos líderes de cada grupo).

PONTO DOS LÍDERES: 1,0
TOTAL PONTUAÇÃO
       4,0

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1)   Detalhes sobre a atuação do Grupo de Ambientação visual
·       Montagem e desmontagem da decoração DO AUDITÓRIO antes do início da apresentação e no final, dentro do tempo estabelecido.
·       Garantir que os demais espaços da escola utilizados para maquiagem, vestuário e confecção de adereços, fiquem arrumados e limpos após o encerramento das apresentações (Este item será parte importante da avaliação).

2) Detalhes sobre a atuação do grupo de Pesquisa e documentação:
·       Todos os alunos DA SALA deverão participar da apresentação de alguma forma: seja dançando, cantando as músicas junto com o CD; COMO SE FOSSEM AS PESSOAS QUE ASSISTEM AS DANÇAS NUM ESPAÇO DE APRESENTAÇÃO: PRAÇAS, FEIRAS, etc.
·       Pesquisar sobre a dança sorteada (texto e fotos para painel e material para dar suporte à coreografia);
·       Fazer registro fotográfico dos encontros, ensaios e reuniões da turma (make-in-off) para elaboração do painel;
·       Painel em 06 folhas de papel carmem ( formando um painel único, na horizontal – 3 em cima e 3 embaixo; colar na parede folha por folha, juntando todas em painel único);
·       No painel deverá constar nome das danças, texto sobre a história dessa dança em uma folha A-4, fonte Verdana, corpo 16); em outra folha A-4 deverá constar número da turma, nome do professor, ficha técnica (quem fez o que). Deverá ter uma frase que resuma o aprendizado da turma com todo o trabalho apresentado.
·       O painel deverá ser criativo e bonito (nada de brilhos, flores de crepon ou babados!) O painel deverá ser colocado na parede externa da sala (corredor), no dia da apresentação para que seja avaliado. As fotos e filmagens da apresentação deverá ser disponibilizada em CD na aula seguinte da apresentação, para que a professora possa colocar no blog (coloquem nome da turma no pen drive para que possamos devolvê-lo).

OBS: 1) A turma deverá iniciar a apresentação falando um pouco sobre as Danças e sua importância na cultura Brasileira e apresentando o Painel. Depois, os alunos se posicionam e  começam as apresentações. A escolha de como será a apresentação na sala, onde os alunos ficarão, onde colocarão as carteiras..... todos os detalhes deverão ser planejados pela turma.

2)   CADA LÍDER DE GRUPO (G1, G2 e G3) terá que preencher uma Ficha (valor 1,0) para entregar para a equipe de líderes com a pontuação dos participantes do seu grupo.

3)   Levando em conta que as danças populares, em geral, acontecem com som ao vivo, fica a critério da turma decidir se farão (vocês mesmos) o som ao vivo OU se gravarão o CD.

Este trabalho tem como objetivo propiciar uma vivência agradável de integração dos alunos através da dança, além de um aprofundamento sobre as Danças Populares Brasileiras, tão importantes para a formação cultural de nosso povo. Portanto, dediquem-se a ele com sensibilidade e empenho, como uma oportunidade de, além da avaliação, mostrar o lado criativo e artístico que nós, professores de Arte, tanto queremos ver em vocês e que vocês vão precisar desenvolver para terem sucesso nas suas vidas profissionais!
Boa sorte!

Unidade 3 - 1ᵃ Série: TEXTO 4

A EVOLUÇÃO DA DANÇA TEATRAL

BALLET CLÁSSICO
O Ballet Clássico foi durante muito tempo a maior expressão artística do movimento corporal nos palcos do mundo com sua estética de elevação, equilíbrio, harmonia, elegância e graça, utilizando passos preexistentes.


imgres.jpg


Como vimos no texto anterior, a história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci. Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.
Após a chegada na França desse tipo de espetáculo através de Catarina de Médicis a corte francesa passou a se dedicar bastante a eles, tornando os espetáculos cada vez mais elaborados e profissionais. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança e tornou-se um grande bailarino: com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros espetáculos aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa. Recebeu o título "REI SOL", por conta de um espetáculo que durou mais de 12 horas


imgres.jpg 
Rei Sol (Luis XIV)



Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia Real de Música e 8 anos mais tarde, a Escola Nacional de Ballet. A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros. Em princípio, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.
Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança. Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.
No século XIX o Romantismo transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores. Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni, portadora do tipo físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet "La Silfide", que mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos; este ballet tomava o aspecto de um sonho e encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão. 

imgres.jpg












O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso, porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado) foram reconhecidas por suas grandes produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Marius Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo dar um passeio rápido, mas também se tornou coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgo. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia. Petipa sempre trabalhou junto aos compositores e foi com Tchaikowsky que ele criou três dos mais importantes ballets do mundo: a "Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes". O sucesso de Petipa não foi eterno. No final do século XIX ele foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência.


Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev, editor de uma revista de arte que, junto com amigos artistas estava cheio de idéias novas prontas para serem colocadas em prática. São Petersburgo, porém não estava pronta para mudanças e ele se mudou para Paris, onde, após promover os pintores e músicos russos, finalmente em 1909 promoveu o ballet russo. Diaghilev trouxe para a França os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Anna Pavlova e Nijinsky e alguns ballets de  Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários. Para Fokine, a dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a música e as artes plásticas. O mais célebre bailado de Anna Pavlova - A Morte do Cisne - foi criado por ele, além de outros 68 bailados, representados até hoje no mundo inteiro.

imgres.jpg

Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911 e Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet. Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou platéias na Europa e América, devido à sua popularidade e capacidade do seu criador em descobrir novos talentos.
No momento atual as peças de ballet clássico são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos (chamados Ballets de Repertório) se apresentam no mundo inteiro ao lado de outros, como os ballets baseados em romances de Shakespeare e ainda criações recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por bailarinos do nosso tempo. Qual será próximo passo? Na sua longa história, o ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua em mudança. Mas, apesar das novas danças e das tendências futuras sempre existe e existirá um palco e uma grande platéia para os trabalhos tradicionais e imortais de Ballet Clássico.

BALLET CONTEMPORÂNEO

O Ballet Contemporâneo foi criado no início do século XX e ainda preserva o uso das pontas e gestuais muito próximos do Ballet Clássico. Nesse estilo de dança as coreografias diferem do método clássico por não mais haver uma história que siga uma sequência de fatos lógicos, mas sim aqueles passos tradicionais fortemente misturados com sentimentos. 
imgres.jpg

















As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são, geralmente, collants e malhas, que dão maior liberdade de movimento aos bailarinos. É o estilo que vem antes da Dança Moderna, esta sim, que esquecerá os passos clássicos, dando mais ênfase aos movimentos do corpo.


DANÇA MODERNA
A expressão Dança Moderna se refere às escolas e movimentos da história da dança referentes ao período da modernidade. A Dança Moderna teve raízes e intenções bem distintas. Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações, torções, desencaixe etc, e seus movimentos são mais livres, embora respeitem uma técnica fechada.
A Dança Moderna começou na América no início do século 20 quando os antecessores dos artistas que hoje conhecemos, começaram sua própria rebelião contra a formalidade do balé e da previsibilidade das populares mostras de dança do período. Estes pioneiros procuravam maneiras modernas e pessoais de expressar como se sentiam através da dança. Esta forma de dança vem produzir uma estética de movimentos baseada nas ações cotidianas do homem contemporâneo, considerando seu histórico sociocultural e afetivo. Assim, a Dança Moderna surgiu como uma ruptura nos padrões rigorosos do academicismo do ballet clássico, pesquisando-se novos caminhos pela arte para a expressão humana através do movimento corporal.
Entre os que começaram este movimento estão as americanas: Isadora Duncan e Ruth St Denis; o suíço Emile Jacque Dalcrose e o húngaro Rudolf von Laban.
No início do século XX, Rudolf Von Laban (1879-1958), lança as bases de uma nova dança, elaborando os componentes essenciais do movimento corporal: espaço, tempo, peso e fluência.
Nascida nos Estados Unidos, Isadora Duncan (1878-1927) foi a grande pioneira na dança moderna. Isadora inspirava-se na contemplação da natureza, podendo sentir e transformar-se em elementos desta rica natureza. A música clássica é sua fonte de emoções traduzidas em movimentos corporais. Seus modelos estéticos são os gregos, figuras de vasos e esculturas. Sempre se apresentava de túnica grega, descalça e com sua echarpe inseparável. O plexo solar era sua fonte principal de movimento. Este princípio foi utilizado por muitos pioneiros de escolas de dança moderna, tanto nos Estados Unidos como na Europa. Antes da sua trágica morte, em 1927, estrangulada por sua própria echarpe, presa na roda de seu carro em movimento, escreveu suas memórias, My Life, que narra toda a sua vida intensa.

imgres.jpg

Isadora Duncan

A Denishawnschool foi uma escola fundada e dirigida por Ruth Saint-Denis e Ted Shawn, em Los Angeles em 1914. Reivindica a ruptura completa com a dança tradicional, recorrendo as danças orientais, assimilando apenas seu espírito e não a técnica exatamente; no plano mental, considera que são liturgias que colocam o dançarino em contato com a divindade. Tecnicamente, utiliza todo o corpo, considerando o tronco, e não mais os membros inferiores, como ponto de partida de qualquer movimento, buscando reforçar a impulsão nervosa situada no plexo solar, de modo que cada músculo esteja imediatamente disponível para traduzir o impulso interior. Esta é a idéia essencial de toda a dança moderna.

imgres.jpg

Ruth Saint Denis e Ted Shawn

Martha Graham (1894–1991) Começa como aluna da Denishawnschool em 1916. Um tempo depois passa a ter a sua carreira solo; depois formou sua própria escola e em 1929 sua própria companhia de dança com alunos de sua escola. Entre pesquisas e reflexões ela estabelece os fundamentos de sua dança. Rejeita a relação de Isadora Duncan com os ritmos da natureza, afirmando que não quer ser flor, árvore, onda ou nuvem. Ela também passa a rejeitar as idéias da Denishawnschool, dizendo estar farta de deuses indianos e rituais astecas. Sua busca passa a ser expressar a cultura norte americana e a problemática do século XX, no qual a máquina interfere no ritmo do gesto humano e a guerra chicoteia as emoções, desencadeando os instintos.

imgres.jpg
Martha Graham

As convulsões sociais e artísticas do final dos anos 1960 e 1970 sinalizaram momentos ainda mais radicais da dança moderna. A Dança moderna atual é muito mais sofisticada, tanto em técnica quanto em tecnologia, sendo bastante procurada e dançada também pelos bailarinos clássicos. Os bailarinos nessas danças são inteiramente compostos de espírito, alma, coração e mente. A preocupação com os problemas sociais e da condição do espírito humano ainda existe, porém as questões são apresentadas com uma teatralidade muito grande que teria chocado muitos dos primeiros bailarinos modernos. Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo novas idéias no campo estético que contribuiram para a divulgação das propostas modernas de dança no país. Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gremo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel e Ruth Rachou. A maioria se instalou no eixo Rio - São Paulo, colaborando através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de dançarinos conectados às propostas da dança moderna.

DANÇA CONTEMPORÂNEA
Dança contemporânea é o nome dado para uma determinada forma de dança do século XX. A dança contemporânea passou a trazer à discussão o papel de outras áreas artísticas na dança, como vídeo, música, fotografia, artes plásticas, performance, cultura digital e softwares específicos, que permitem alterações do que se entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa. Dessa forma, surgem vertentes como a videodança, tornando mais próximas as relações entre as diferentes áreas da dança e também entre as diversas linguagens artísticas.
A dança contemporânea busca uma ruptura total com o balé, chegando às vezes até mesmo a deixar de lado a estética: o que importa é a transmissão de sentimentos, idéias, conceitos. Solos de improvisação são bastante freqüentes. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la. Esse tipo de dança modificou o espaço, usando não só o palco como local de referência. 

14704.jpg

Quasar Cia de Dança
Sua técnica é tão abrangente que não delimita os utensílios usados nem roupas, músicas, espaço ou movimento. Um olhar contemporâneo entende a Dança como processo de cognição (como pensamento do corpo) e reconhece a Dança como produto e modo de produzir conhecimento ao mesmo tempo. Dessa forma, produzir dança é produzir conhecimento, lembrando que este é um processo que não acontece em corpos separados, individualizados: ele pressupõe o corpo sempre relacionado com um contexto externo a ele mesmo (mundo, outras pessoas, outras linguagens artísticas, etc). Um outro ponto importante sobre a dança Contemporânea é que ela é uma dança totalmente urbana; é uma dança feita nas grande cidades e os dançarinos refletem em seus corpos a realidade do seu contexto. A cidade, seja ela de qualquer local do mundo, sempre está presente de alguma forma nessa dança e no corpo que dança a dança contemporânea.


JAZZ DANCE
Como a música que inspirou, o jazz tem as suas raízes na comunidade Africano-Americana dos Estados Unidos. Várias formas de jazz foram realizadas até o final dos anos 1800, e na época da Primeira Guerra Mundial tinha se tornado uma dança bem aceita e bem conhecida.
Este estilo de dança passou a influenciar fortemente a Broadway e, por sua vez, Hollywood e também o balé e a dança moderna.
Normalmente os seus bailarinos fazem aulas de ballet, onde aprendem controle, habilidade, e condições para o seu corpo dançar. Uma vez os bailarinos tendo a disciplina e técnica do balé, podem complementar com o jazz. Se forem qualificados, os bailarinos de jazz podem aparecer em grande demanda nos filmes, produções da Broadway e em todo o mundo, com a possibilidade de trabalhar em uma grande variedade de estilos.
O Jazz é conhecido por ser fortemente imprevisível, graças às suas influências Africanas. As movimentações dos bailarinos de jazz podem ser lentas, graciosas ou eles podem se mover com agilidade e rapidez, executando saltos fantásticos e outras proezas. Como resultado, eles devem ser fisicamente muito flexíveis, e muito preocupados com a música e o ritmo. Esta forma de dança não tem necessariamente de ser realizada com a música jazz, embora muitas vezes seja; com muita criatividade pode-se usar músicas de todos os estilos.

imgres.jpg

O jazz tem certas características marcantes como o isolamento (utilização de cada parte do corpo separadamente), uma explosão de energia que se irradia dos quadris e um ritmo pulsante que dá o balanço certo e a qualidade do movimento.
As diferentes técnicas de Jazz Dance tem demonstrado que muitos princípios foram herdados do Ballet Clássico e da Dança Moderna. Atualmente o Jazz tem sido bastante influenciado pelos movimentos do hip hop, street dance e de outros movimentos de danças urbanas.
Poucos sabem qual será o futuro e suas novas influências, mas o que se pode afirmar é que até hoje, o Jazz tem sido uma das formas mais importantes da expressão artística da atualidade.

SAPATEADO
Sem registros históricos que possam precisar datas e locais, sabe-se muito pouco a respeito das origens do sapateado: algumas das suas primeiras manifestações datam de meados do século V. Posteriormente, desenvolveu-se a partir do período da primeira Revolução Industrial. Os operários costumavam usar tamancos (clogs) para isolar a umidade que subia do solo e, nos períodos livres, reuniam-se nas ruas para exibir sua arte: quem fizesse o maior e mais variado número de sons com os pés, de forma mais original, seria o vencedor. Por volta de 1800, sapatos foram adaptados especialmente para esta dança. Os calçados ficaram mais flexíveis, feito de couro, e moedas eram fixadas à sola, para que o som fosse mais limpo. Mais tarde, finas placas de metal (taps) passaram a ser fixadas no lugar das moedas, o que aumentou ainda mais a qualidade do som.
Nos Estados Unidos desenvolveu-se o chamado sapateado americano, introduzido no país por volta da primeira metade do século 19, na fusão que uniu ritmos e danças dos escravos, que já possuiam um estilo de dança próprio baseado nos sons corporais, com os estilos de sapateado praticados pelos imigrantes irlandeses e colonizadores ingleses.

imgres.jpg
Sapateado Americano: Fred Astaire

A forma irlandesa do sapateado - também chamada de Irish Tap Dance – concentra o movimento nos pés e o tronco permanece rígido; já os americanos realizam sua Tap Dance esbanjando ritmos sincopados e movimentos com o corpo todo, abrindo a dança para o estilo próprio de cada executor. 


imgres.jpg

Irish Tap Dance

O sapateado americano acrescentou à forma irlandesa da dança toda a riqueza musical e de movimentos dos ritmos dançados pelos africanos e com isso criou uma modalidade de dança ímpar e que se espalharia, posteriormente, por todo o território dos EUA e, durante o século XX, por diversos outros países.
A partir da década de 30 o sapateado ganhou força e popularidade com os grandes musicais, que contavam com a participação de nomes como Fred Astaire, Gene Kelly e Ginger Rogers. Depois de um período de declínio do final da década de 50 ao inicio dos anos 70, o sapateado americano passou por uma revitalização, impulsionando toda uma nova geração, de onde surgiram nomes como o do grande astro Savion Glover, coreógrafo dos pinguins do filme Happy Feet.
O Brasil recebe anualmente diversos profissionais americanos como forma de intercâmbio entre os grandes mestres da tap dance e os diversos núcleos de sapateado existentes por todo o território nacional.

DANÇA FLAMENCA
Dança de origem cigana, o Flamenco é uma forma de expressão artística que reflete a cultura da Andaluzia, que ao longo dos anos se foi definindo e transformando na mais conhecida expressão da cultura espanhola.
As três principais ferramentas do flamenco são o canto, a guitarra e a dança. Porém mais importante que a sua história e as suas técnicas, o flamenco é uma atitude, é a manifestação da alma de uma pessoa. Dançar flamenco é colocar para fora sentimentos e emoções trancadas e compartilhá-las através da musica, do canto, do baile e dos sapateados.
Flamenco é antes de tudo emoção, sentimento, expressão interior e prazer! No baile, o movimento dos braços, os círculos com as mãos, a postura com os punhos, a intensa expressão do rosto, a força de marcar o ritmo no chão, a técnica do sapateado, o movimento das saias, a movimentação e a energia transmitida são, sem dúvida, as características mais particulares da dança flamenca. Os pés golpeiam o chão, alternando passos vigorosos e sutis. As palmas marcam o compasso e enchem de vida cada passo. No rosto dos bailarinos percebe-se a dor ou a alegria da guitarra e da voz do "cantor".

imgres.jpg


O flamenco é uma dança sedutora. Através do Flamenco, ritmo que ganhou maior expressão na Espanha, os ciganos que vieram primeiramente para o Brasil, encantaram nobres e plebeus nas festas do Campo de Sant’Ana e do pátio interno do Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro, conhecido como Pátio dos Ciganos.
A dança flamenca, identificada como a dança tipicamente espanhola e cigana, tem uma história de perseguição muito semelhante a dos ciganos. Uma das versões para o nome flamenco é que ele deriva do árabe jelah mengu, que quer dizer camponês foragido. A dança é uma mistura de elementos judaicos, espanhóis e muçulmanos, e surgiu de forma clandestina, nas grutas e cárceres por onde passavam os perseguidos pelas leis de Espanha, principalmente no tempo da Inquisição.
Quem assiste a um baile flamenco, sente que os movimentos dos corpos dos bailarinos comunicam um sentimento forte, fruto de uma revolta e de um grande inconformismo, cheio de altos e baixos emocionais. É mesmo impossível não perceber que nos seus sapateados a dança flamenca marca o compasso do coração humano, que ora salta de alegria e outras horas arde de dor e tristeza. Dança de movimento vibrante, o grande êxtase do Flamenco é mostrar o vigor e a vitalidade dos movimentos de mãos, braços e sapateados que traduzem paixão, alegria, a melancolia transformada em força e o amor pela vida, justificando a resistência a todas as formas de perseguições.

Fontes

BOURCIER, Paul. História da dança no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
DANCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: Círculo do Livro, —
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre
GOOGLE imagens - www.google.com.br  
http://idanca.net/tags/quasar