A pintura refere-se
genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície,
a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.
A pintura foi uma das
principais formas de representação dos povos medievais, do Renascimento até o
século XX.
Arte Figurativa ou Figurativismo: é aquela que retrata e
expressa a figura de um lugar, objeto, pessoa ou situação de forma que possa
ser identificado, reconhecido. Abrange desde a figuração realista (parecida com
o real) até a estilizada (sem traços individualizadores). O figurativismo segue
regras e padrões de representação da imagem retratada. Contrapõe-se ao abstracionismo.
A pintura figurativa
possui vários gêneros:
Retrato: Representação de uma imagem de uma
pessoa por meio de pintura, desenho, gravura ou fotografia. É um dos gêneros
mais populares.
A tradição do retrato
começou na antiguidade e esteve durante muito tempo restrito a uma pequena
parcela da sociedade. Alguns exemplos estão no Antigo Egito, onde apenas o
faraó e sua família tinham o privilégio de serem retratados, na Grécia Antiga,
onde as moedas eram cunhadas com o retrato dos seus soberanos, e entre os
romanos, que utilizavam o retrato para cultuar os antepassados. A ideia do
retrato como algo popular, como a temos hoje, é recente e gradual - desde o
século XV até o surgimento da fotografia, no século XIX.
Em um retrato o
artista dá destaque para a reprodução de metade do corpo, procurando também
retratar um pouco da personalidade da pessoa retratada. Além da função
artística os retratos serviram também como uma espécie de documento,
registrando a imagem de personagens históricos. Os mais importantes retratos do
mundo são: Monalisa, de Leonardo da Vinci (1452 – 1519) e o Cavaleiro
Sorridente, de Frans Hals (1580-1666).
Às
vezes o retrato nos mostra uma só pessoa, as vezes um grupo inteiro: uma
família, membros de um clube, fregueses de um restaurante e as vezes o próprio
pintor chamando-se autorretrato.
O autorretrato pode ser abordado
como uma história à parte dentro deste gênero. Sua origem é muito anterior ao
século XX, desde o momento em que o artista foi visto como "alguém
especial" (entre os séculos XV e XVI) e passível de ser representado. Em A
Mansão de Quelícera encontramos um dos muitos Autorretrato de
Rembrandt, uma vez que este tema merece destaque na trajetória do artista.
Paisagem: Gênero que surgiu durante o Renascimento, e representa um lugar, urbano ou no campo. A paisagem natural é obtida na natureza, virgem da interferência humana. A paisagem modificada pela ação do homem (Um edifício, por exemplo), é chamada de Humanizada.
Até o
século XVI a paisagem era vista apenas como o fundo de um quadro. Para os
artistas desse período, o homem era o tema central de suas obras e a natureza
tinha o papel secundário. Eles pintavam pessoas e, às vezes incluíam uma
paisagem na obra.
No
Século XVII os artistas passaram a pintar, além de figura humana com paisagens
ao fundo, paisagens com figuras humanas, em que o centro de interesse era a
natureza. Destaca-se desta época Pietrer Brueglel, o velho e Giovanni Antonio
Canal, conhecido como Canaletto.
O período renascentista trouxe ênfase a este gênero de
pintura.
Marinha: Chama-se marinha a pintura que tem
especificamente por tema a paisagem marítima ou assuntos marinhos.
As marinhas aparecem pela primeira vez no século XVI nos
Países Baixos e se desenvolvem no século XVII e XVIII, com a crescente especialização
de alguns artistas em pinturas com temas específicos. Mas foi no século XIX que ganhou popularidade entre outros
artistas que encontraram no tema marinho uma forma de representar as forças da
natureza.
A tela o O Bravo,
Rebocado até seu último ancoradouro para ser desmantelado (1838) de
William Turner, que mostrava o navio de guerra Téméraire sendo rebocado pelo
Rio Tamisa na Inglaterra, para um estaleiro de desmontagem. Uma cena triste,
que representava o fim da velha embarcação foi um dos quadros mais
representativos deste gênero.
Natureza Morta: Retrato de uma coisa sem vida como
restos de objetos inanimados, um vaso de flores, um animal morto.
Surgiu como um gênero mais simplório,
no início do Barroco, derivado das pinturas que representavam cenas religiosas
em cozinhas populares;
A preocupação dos artistas era
representar os próprios objetos: sua cor, texturas, volumes, superfícies e a
relação entre esses objetos;
- Foi apenas no século XVIII, em meio ao surgimento da disciplina de estudo científico História da Arte, que estes foram considerados "gêneros" de pintura.
- No século XVII a natureza-morta era considerada de menor importância (em relação às pinturas históricas, mitológicas e religiosas) e tinha um menor preço no mercado.
- Era vista como pintura apenas decorativa e, mesmo nos lares mais humildes, ocupava os cômodos de menor importância.
- Na Espanha o gênero foi chamado Bodegodes e foi usado como forma de mostrar a habilidade técnica naturalista do artista e por remeter, além dos conteúdos morais, ao misticismo tão valorizado pela cultura da época.
No final do século XIX e início do século XX,
em meio aos ideais modernistas e das tendências formalistas, a natureza-morta
voltou a ser vista como em sua origem: um gênero “sem tema”. Pela neutralidade
dos “personagens” deste gênero, ele era apropriado para as pesquisas plásticas
dos artistas (de composição, cor, figura, etc
Pintura Histórica: Apresenta cenas ligadas a
acontecimentos históricos antigos ou contemporânea. A pintura histórica adquire prestígio nas academias de
arte, alçada ao primeiro plano na hierarquia acadêmica a partir do século XVII,
com a criação da Real Academia de Pintura e Escultura em Paris, 1648.
A
pintura neoclássica, que tem como centro a França do século XVIII, explora
fartamente os temas históricos. Na Espanha, pinturas históricas são realizadas
a partir do século XVI por diversos artistas. Cenas de batalhas são executadas
pelos pintores da corte de Felipe IV, comprometidos com a representação da
invencibilidade do exército espanhol em suas campanhas militares. Nesse
contexto, Francisco de Zurbarán (1598 - 1664) realiza A Defesa de Cádiz e
Diego Velázquez (1599 - 1660), A Rendição de Breda (1634-1635), ambas
glorificando os triunfos do reinado de Felipe.
Pintura Mitológica: Caracterizado
pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas - que tem
um longo trajeto na história da arte.
A
pintura mitológica deixa rastros em toda a história da arte, associando-se frequentemente
à pintura alegórica, ao grotesco e à pintura histórica.
No
século XX, temas mitológicos são retrabalhados, sobretudo por artistas ligados
ao simbolismo.
A
pintura mitológica não conhece grande desenvolvimento na arte brasileira. No
período colonial, encontram-se exemplos esporádicos desse gênero de pintura em
residências particulares, como no forro do Solar do Ferrão, em Salvador, de
autor anônimo. Entretanto, se a noção de mito for ampliada para englobar
mitologias religiosas africanas e indígenas, seria possível pensar na mitologia
dos orixás tal como representada na chamada arte afro-brasileira ou nos mitos
indígenas incorporados ao folclore e à arte nacional.
Pintura de Gênero: Desenvolveu-se
a meio do florescimento do Barroco na Europa (século XVII) nos Países Baixos, (hoje
corresponde à Holanda).
Trata-se de um estilo sóbrio, realista, comprometido com a descrição de cenas
rotineiras, temas da vida diária como homens dedicados ao seu ofício, mulheres
cuidando dos afazeres domésticos,
Pintura Religiosa: Aborda temas bíblicos, milagres,
fatos da vida dos santos. É um gênero amplamente desenvolvido,
que constitui uma parte muito importante da produção artística dos pintores em
determinadas épocas. A pintura religiosa desenvolve-se principalmente em três
grandes culturas monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo, e cada uma
destas culturas desenvolve os cenário e a narrativa de diferentes modos.
Arte Abstrata ou Abstracionismo: É um termo
genérico utilizado para classificar toda forma de arte que se utiliza somente
de formas, cores ou texturas, sem retratar nenhuma figura, rompendo com a figuração,
com a representação naturalista da realidade. A principal característica da
pintura abstrata é a ausência de relação entre suas formas e cores e as formas
e cores de um ser. Por isso uma tela abstrata não representa nada da realidade
que nos cerca, nem narra figurativamente alguma cena histórica, literária,
religiosa ou mitológica.
Os estudiosos de arte consideram o pintor russo, Wassili Kandinsky (1866 – 1944)
o iniciador da moderna pintura abstrata. O início de seus trabalhos nessa
direção é marcado pela tela Batalha (1910). Podemos
classificar o abstracionismo em duas tendências básicas: a geométrica e a
informal.
Depois das primeiras
pesquisas abstratas realizadas pelos artistas russos, em pouco tempo o
Abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento bastante
diversificado. Entretanto duas tendências firmaram-se com características mais
precisas: o Abstracionismo Informal e o Abstracionismo Geométrico.
Abstracionismo Informal predominam as formas e
cores criadas livremente, sugerindo, por vezes, associações com elementos da
natureza. A obra Impressão. Domingo (1910) de Kandinsky, constitui um bom
exemplo dessa tendência.
No Abstracionismo Geométrico, as formas e as cores devem
ser organizadas de maneira que a composição resultante seja apenas a expressão
de uma composição geométrica. Os principais iniciadores do
Abstracionismo geométrico são o russo Malevitch (1878-1935) e o holandês Piet
Mondrian (1872-1944). Com quadros em que figuras geométricas flutuam num
espaço sem perspectiva.
Referências
FEIST, Hildegard. Uma pequena viagem pelo mundo da
Arte. Moderna. São Paulo. 1996.
SOUZA, Edgard Rodrigues de. Desenho e Pintura. Moderna.
São Paulo. 1997
GARCEZ, Lucília. OLIVEIRA,
Jô. Explicando a Arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais.
Ediouro. Rio de Janeiro. 3ª edição. 2002
Azevedo Junior, José Garcia de. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e
Design, 2007.
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