"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 12 de maio de 2013

3ª SÉRIE - PINTURA FIGURATIVA E ABSTRATA - 1ª UNIDADE 2013


A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.
A pintura foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, do Renascimento até o século XX.

Arte Figurativa ou Figurativismo: é aquela que retrata e expressa a figura de um lugar, objeto, pessoa ou situação de forma que possa ser identificado, reconhecido. Abrange desde a figuração realista (parecida com o real) até a estilizada (sem traços individualizadores). O figurativismo segue regras e padrões de representação da imagem retratada. Contrapõe-se ao abstracionismo.

A pintura figurativa possui vários gêneros:

Retrato: Representação de uma imagem de uma pessoa por meio de pintura, desenho, gravura ou fotografia. É um dos gêneros mais populares.
Em um retrato o artista dá destaque para a reprodução de metade do corpo, procurando também retratar um pouco da personalidade da pessoa retratada. Além da função artística os retratos serviram também como uma espécie de documento, registrando a imagem de personagens históricos. Os mais importantes retratos do mundo são: Monalisa, de Leonardo da Vinci (1452 – 1519) e o Cavaleiro Sorridente, de Frans Hals (1580-1666). 
Às vezes o retrato nos mostra uma só pessoa, as vezes um grupo inteiro: uma família, membros de um clube, fregueses de um restaurante e as vezes o próprio pintor chamando-se autorretrato.

O autorretrato pode ser abordado como uma história à parte dentro deste gênero. Sua origem é muito anterior ao século XX, desde o momento em que o artista foi visto como "alguém especial" (entre os séculos XV e XVI) e passível de ser representado. Em A Mansão de Quelícera encontramos um dos muitos Autorretrato de Rembrandt, uma vez que este tema merece destaque na trajetória do artista.

Paisagem: Gênero que surgiu durante o Renascimento, e representa um lugar, urbano ou no campo. A paisagem natural é obtida na natureza, virgem da interferência humana. A paisagem modificada pela ação do homem (Um edifício, por exemplo), é chamada de Humanizada.
Até o século XVI a paisagem era vista apenas como o fundo de um quadro. Para os artistas desse período, o homem era o tema central de suas obras e a natureza tinha o papel secundário. Eles pintavam pessoas e, às vezes incluíam uma paisagem na obra.
No Século XVII os artistas passaram a pintar, além de figura humana com paisagens ao fundo, paisagens com figuras humanas, em que o centro de interesse era a natureza. Destaca-se desta época Pietrer Brueglel, o velho e Giovanni Antonio Canal, conhecido como Canaletto.
O período renascentista trouxe ênfase a este gênero de pintura.
Marinha: Chama-se marinha a pintura que tem especificamente por tema a paisagem marítima ou assuntos marinhos.
As marinhas aparecem pela primeira vez no século XVI nos Países Baixos e se desenvolvem no século XVII e XVIII, com a crescente especialização de alguns artistas em pinturas com temas específicos. Mas foi no século XIX que ganhou popularidade entre outros artistas que encontraram no tema marinho uma forma de representar as forças da natureza.
A tela o O Bravo, Rebocado até seu último ancoradouro para ser desmantelado (1838) de William Turner, que mostrava o navio de guerra Téméraire sendo rebocado pelo Rio Tamisa na Inglaterra, para um estaleiro de desmontagem. Uma cena triste, que representava o fim da velha embarcação foi um dos quadros mais representativos deste gênero. 
Natureza Morta: Retrato de uma coisa sem vida como restos de objetos inanimados, um vaso de flores, um animal morto.
Surgiu como um gênero mais simplório, no início do Barroco, derivado das pinturas que representavam cenas religiosas em cozinhas populares;
A preocupação dos artistas era representar os próprios objetos: sua cor, texturas, volumes, superfícies e a relação entre esses objetos;

 No final do século XIX e início do século XX, em meio aos ideais modernistas e das tendências formalistas, a natureza-morta voltou a ser vista como em sua origem: um gênero “sem tema”. Pela neutralidade dos “personagens” deste gênero, ele era apropriado para as pesquisas plásticas dos artistas (de composição, cor, figura, etc
Pintura Histórica: Apresenta cenas ligadas a acontecimentos históricos antigos ou contemporânea. A pintura histórica adquire prestígio nas academias de arte, alçada ao primeiro plano na hierarquia acadêmica a partir do século XVII, com a criação da Real Academia de Pintura e Escultura em Paris, 1648. 
A pintura neoclássica, que tem como centro a França do século XVIII, explora fartamente os temas históricos. Na Espanha, pinturas históricas são realizadas a partir do século XVI por diversos artistas. Cenas de batalhas são executadas pelos pintores da corte de Felipe IV, comprometidos com a representação da invencibilidade do exército espanhol em suas campanhas militares. Nesse contexto, Francisco de Zurbarán (1598 - 1664) realiza A Defesa de Cádiz e Diego Velázquez (1599 - 1660), A Rendição de Breda (1634-1635), ambas glorificando os triunfos do reinado de Felipe. 
Pintura Mitológica: Caracterizado pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas - que tem um longo trajeto na história da arte.
A pintura mitológica deixa rastros em toda a história da arte, associando-se frequentemente à pintura alegórica, ao grotesco e à pintura histórica.
No século XX, temas mitológicos são retrabalhados, sobretudo por artistas ligados ao simbolismo.
A pintura mitológica não conhece grande desenvolvimento na arte brasileira. No período colonial, encontram-se exemplos esporádicos desse gênero de pintura em residências particulares, como no forro do Solar do Ferrão, em Salvador, de autor anônimo. Entretanto, se a noção de mito for ampliada para englobar mitologias religiosas africanas e indígenas, seria possível pensar na mitologia dos orixás tal como representada na chamada arte afro-brasileira ou nos mitos indígenas incorporados ao folclore e à arte nacional.
Pintura de Gênero: Desenvolveu-se a meio do florescimento do Barroco na Europa (século XVII) nos Países Baixos, (hoje corresponde à Holanda). Trata-se de um estilo sóbrio, realista, comprometido com a descrição de cenas rotineiras, temas da vida diária como homens dedicados ao seu ofício, mulheres cuidando dos afazeres domésticos,
Pintura Religiosa: Aborda temas bíblicos, milagres, fatos da vida dos santos. É um gênero amplamente desenvolvido, que constitui uma parte muito importante da produção artística dos pintores em determinadas épocas. A pintura religiosa desenvolve-se principalmente em três grandes culturas monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo, e cada uma destas culturas desenvolve os cenário e a narrativa de diferentes modos.

Arte Abstrata ou Abstracionismo: É um termo genérico utilizado para classificar toda forma de arte que se utiliza somente de formas, cores ou texturas, sem retratar nenhuma figura, rompendo com a figuração, com a representação naturalista da realidade. A principal característica da pintura abstrata é a ausência de relação entre suas formas e cores e as formas e cores de um ser. Por isso uma tela abstrata não representa nada da realidade que nos cerca, nem narra figurativamente alguma cena histórica, literária, religiosa ou mitológica.
Os estudiosos de arte consideram o pintor russo, Wassili Kandinsky (1866 – 1944) o iniciador da moderna pintura abstrata. O início de seus trabalhos nessa direção é marcado pela tela Batalha (1910).  Podemos classificar o abstracionismo em duas tendências básicas: a geométrica e a informal.
Depois das primeiras pesquisas abstratas realizadas pelos artistas russos, em pouco tempo o Abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento bastante diversificado. Entretanto duas tendências firmaram-se com características mais precisas: o Abstracionismo Informal e o Abstracionismo Geométrico.
Abstracionismo Informal predominam as formas e cores criadas livremente, sugerindo, por vezes, associações com elementos da natureza. A obra Impressão. Domingo (1910) de Kandinsky, constitui um bom exemplo dessa tendência.


No Abstracionismo Geométrico, as formas e as cores devem ser organizadas de maneira que a composição resultante seja apenas a expressão de uma composição geométrica. Os principais iniciadores do Abstracionismo geométrico são o russo Malevitch (1878-1935) e o holandês Piet Mondrian (1872-1944). Com quadros em que figuras geométricas flutuam num espaço sem perspectiva.

Referências
FEIST, Hildegard. Uma pequena viagem pelo mundo da Arte. Moderna. São Paulo. 1996.
SOUZA, Edgard Rodrigues de. Desenho e Pintura. Moderna. São Paulo. 1997
GARCEZ, Lucília. OLIVEIRA, Jô. Explicando a Arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais. Ediouro. Rio de Janeiro. 3ª edição. 2002
Azevedo Junior, José Garcia de. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e Design, 2007.







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